A manipulação correta do tensionador de correia garante melhor segurança e produtividade

O tensionador de correia é um dos acessórios do transportador industrial que tem como principal função garantir a tensão adequada para o acionamento da correia. Ou, ainda, pode ser instalado em limpadores de correia.

Também conhecido como esticador de correia, este equipamento ainda absorve as variações no comprimento da correia causadas pelas mudanças de temperatura, oscilações de carga, tempo de trabalho, etc.

Explicando com um pouco mais de detalhe, a função desempenhada pelo tensionador de correia é exercer a pressão necessária sobre a superfície da polia para transmitir a força adequada de tração. Isto faz com que a correia seja esticada nos pontos em que tem folga e mantenha a curvatura adequada para o transporte de materiais.

De acordo com o livro Transportadores Contínuos para Granéis Sólidos, o tensionador de correia é uma das peças essenciais em um transportador industrial, pois flexibiliza o seu uso, além de contribuir para sua manutenção e conservação.

Tipos de tensionador de correia

De acordo com o mestre em Engenharia Mecânica pela Universidade Nova de Lisboa João de Brito, o tensionador de correia pode ser esticado tanto de forma manual quanto automática. Brito afirma que o ajustamento manual custa menos e é mais usado, entretanto não é tão efetivo.

Já um tensionador de correia com esticamento automático fornece ajuste automatizado das forças. Ele pode ser operado por gravidade, acionado por mecanismo hidráulico, elétrico ou pneumático.

O livro Transportadores Contínuos para Granéis Sólidos ainda detalha que o esticador de correia pode ser:

  • Automático por gravidade: funcionando através de um tambor que recebe uma força contínua aplicada por um contrapeso. Pode ser instalado em qualquer ponto do ramo frouxo da correia, próximo a um dos tambores principais;
  • Parafuso: operando através da montagem de duas roscas ligadas ao eixo do tambor do esticador, nas quais deve ser aplicado um torque para deslocar o eixo e esticar a correia. Este modelo deve ser montado exclusivamente no tambor traseiro do equipamento.

Como perceber problemas com o tensionador de correia 

O tensionador de correia influencia muito no funcionamento do transportador industrial. E, o equipamento dá alguns sinais que podem ajudar a entender quais ajustes são necessários.

Confira alguns sintomas dados pelo tensionador de correia descritos por profissionais da Martin Engineering:

  • Limpeza insuficiente: aumentar ou reduzir a definição do tensionador pode resolver os problemas quando a limpeza não está ocorrendo da maneira esperada;
  • Ruído ou vibração: neste caso a tensão pode estar baixa ou alta demais. Corrija conforme o necessário;
  • Alta taxa de desgaste da lâmina: neste caso, a tensão do limpador na correia pode estar definida para um nível muito alto. Reduza a definição do tensionador.

Segurança perto dos esticadores de correia 

O tensionador de correia é uma das áreas mais problemáticas do transportador, junto com as zonas traseiras, de carga e de descarga.

Uma das recomendações do livro Foundations, da Martin Engineering, é de que os dispositivos tensionadores com contrapeso devem ser protegidos em pontos normalmente acessíveis à equipe, especialmente abaixo do contrapeso.

Caso esta área do transportador industrial não tenha estas proteções, a sugestão é de que sejam instalados dispositivos de sustentação ou com a adoção de outro plano operacional.

No Brasil, a NR-12 reforça a obrigatoriedade de proteções em partes dos transportadores, como pontos de esmagamento, agarramento e aprisionamento formados pelas esteiras, correias, roletes, região do esticamento e contrapeso, etc.

Já a NR-22 recomenda que o dimensionamento e a construção de transportadores contínuos
devem considerar o tensionamento do sistema, de forma a garantir uma tensão adequada à segurança da operação.

A Martin reforça essa recomendação sobre o design mais acurado e inteligente possível da correia transportadora. O projeto deve antecipar riscos e, caso não seja possível, é necessário que as formas mais seguras de manutenção e futuras expansões do transportador.